José Cid, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, as Doce ou a regressada Simone de Oliveira são algumas das vozes que todos associamos ao Festival RTP da Canção, com várias participações cada um. Mas é provável que não se lembre da passagem destes artistas pela competição, quase todos em início de carreira.

 

1967. Marco Paulo, “Sou Tão Feliz” (6.º lugar)

Tinha apenas 22 anos quando concorreu ao Festival, um ano depois de editar o seu primeiro disco. A contrastar com o título da canção, não foi feliz na votação e ficou em último lugar, entre os seis concorrentes. Voltaria ao Festival em 1982, com o tema “É o Fim do Mundo“, que passou quase despercebido.

 

1968. Nicolau Breyner, “Pouco Mais” (4.º lugar)

A sua mãe tinha o curso superior de piano e o seu pai adorava ópera. O jovem Nicolau quis ser cantor de ópera, mas desistiu da ideia porque a disciplina exigida era incompatível com a vida boémia de que gostava, conforme confessou à Notícias TV. Acabou por ir para o Conservatório e seguir a carreira de ator. Na sua curta passagem pela música, chegou a editar alguns discos e participou na quinta edição do Festival, em que ficou classificado atrás de Carlos Mendes, Tonicha e José Cid.

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1974. Helena Isabel, “Canção Solidão” (6.º lugar)

Helena Isabel é mais conhecida como atriz, mas participou em quatro Festivais. A primeira vez foi em 1974, com “Canção Solidão”, que ficou em sexto lugar, com escassos dois pontos. Helena Isabel deixaria de estar só para casar com o vencedor desse ano, Paulo de Carvalho. Em 1980 e 1984 não chegou à final, mas em 1983 conseguiu um terceiro lugar, com a canção “E Afinal, Quem És Tu?“.

 

1975. Jorge Palma, “O Pecado Capital” (7.º lugar)

As letras das canções deste ano traduzem o ambiente revolucionário que se vivia no País. Jorge Palma, com 25 anos, concorre com dois temas: em dueto com Fernando Girão, canta “que o pecado essencial é o capital”, numa composição a meias com Pedro Osório; a solo, exalta o lado feminino da Liberdade em “Viagem“. Ficaram em 7.º e 8.º lugares, respetivamente.

 

1982. Fernanda de Sousa/Ágata, “Vai, Mas Vem” (10.º lugar)

Quando chegou ao Festival, ainda como Fernanda de Sousa, já tinha feito parte das Cocktail e gravado o genérico da “Abelha Maia”. Obteve um modesto décimo lugar, mas venceu o Prémio de Revelação. A edição desse ano foi vencida pelas Doce, grupo de que Fernanda viria a fazer parte, antes de adotar o nome artístico de Ágata.

 

1984. António Sala, “Uma Canção Amiga” (6.º lugar)

Começou a cantar com o grupo Maranata, cujo maior êxito foi “Aleluia”, a versão portuguesa da canção israelita que venceu o Festival Eurovisão de 1979. Já tinha tentado a sorte em 1980, com o tema “Uma Razão de Ser“, em dueto com Alexandra, mas não passaram da semifinal. Desta vez, ficou em sexto lugar. Nos coros estão o seu filho Nuno Sala e a dupla de irmãos Nuno e Henrique Feist. Atenção ao penteado da apresentadora Manuela Moura Guedes, que aparece no início do vídeo.

 

1985. Delfins, “A Casa da Praia” (11.º lugar)

No início do seu percurso, os Delfins apresentaram um estilo irreverente no palco do Coliseu dos Recreios. O júri não foi na onda e atribuiu-lhes o último lugar, mas a banda de Cascais não se perdeu no caminho da felicidade, vindo a tornar-se uma das mais bem-sucedidas dos anos noventa.

 

1988. António Antunes/Tony Carreira, “Uma Noite a Teu Lado” (pré-eliminatória)

Apresentado ainda como António Antunes, Tony Carreira concorreu ao Festival por sugestão do seu irmão José, depois de muitos anos a cantar na comunidade portuguesa de Paris com a banda Irmãos 5. Nesse ano, a RTP optou por uma pré-eliminatória de onde só se apurava uma canção para a final, e a escolhida foi Dora, que veio a representar Portugal na Eurovisão pela segunda vez. O tema “Uma Noite a Teu Lado” fica para a biografia de Tony Carreira como o primeiro disco que editou.

 

1990. Toy, “Mais e Mais” (3.º lugar)

Muito antes do sucesso de “Chama o António” ou “Aguenta-te com Esta”, o cantor de Setúbal foi ao Festival RTP da Canção, onde não foi além do terceiro lugar mas conquistou o Prémio de Interpretação. Foi certamente um marco importante na história de Toy (“Toy Story”, como diria Lauro Dérmio).