O presidente da Altice Portugal assegurou esta quinta-feira o funcionamento do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) durante o verão, nem que a empresa “tenha que pagar do seu bolso”.

“O que a SIRESP SA e a Altice como fornecedora pode garantir é que, no que depender de nós, a redundância [do sistema, no período mais crítico dos incêndios] “vai estar ativa durante o verão e vamos garantir o funcionamento”, afirmou esta quinta-feira aos jornalistas o presidente da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, em Ponte de Sor.

À margem da 3.ª cimeira Portugal Air Summit, na qual foi um dos oradores convidados, o mesmo responsável insistiu nesta garantia, frisando: “Nem que para isso a Altice Portugal tenha que pagar do seu bolso o investimento e os custos associados para manter esta rede a funcionar”.

“Acreditamos, uma vez mais, que a palavra daqueles que se comprometerem pessoalmente com o ressarcimento deste investimento vão cumprir essa palavra, vão ser pessoas de bem e honradas e vamos receber, com certeza, aquilo que é devido, a seu tempo”, argumentou.

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As declarações de Alexandre Fonseca surgem um dia depois de a Altice Portugal, através de comunicado, quando o tema SIRESP foi discutido no Parlamento, se ter comprometido a garantir os serviços de rede necessários à segurança das populações.

Nesse comunicado, a Altice também assegurou que “não é nem será responsável por um eventual “desligamento” do SIRESP.

A rede é atualmente detida em 52,1% pela Altice Portugal, 33% pelo Estado e 14,9% pela Motorola Solutions. Há mais de duas semanas, que decorrem negociações entre o Governo a entidade gestora da rede com o objetivo de o Estado assumir uma posição de controlo da empresa.

“Estamos em negociações com o Governo, a bola está do lado do Governo há algumas semanas e nós estamos a aguardar”, disse Alexandre Fonseca, frisando que, do lado da Altice, “os reptos lançados” pelo executivo “foram alvo de respostas em horas, com propostas efetivas”.

“A Altice Portugal, que fique claro, não negoceia nacionalizações, nem em Portugal, nem em qualquer parte do mundo. O que manifestámos foi uma disponibilidade para equacionar aquilo que é a alienação da nossa participação no SIRESP, dentro de condições que sejam justas e também com o outro acionista privado envolvido (Motorola) e na mesma perspetiva. Esta é a negociação que está a acontecer neste momento”, afirmou.

Questionado esta quinta-fera pela agência Lusa, Alexandre Fonseca afiançou que a dívida do Estado à entidade gestora do SIRESP “é conhecida” e que “o valor que está neste momento em cima da mesa”, fruto dos investimentos que foram feitos, para garantir a redundância do sistema, “ronda os 12 milhões de euros”.

Segundo Alexandre Fonseca, hoje em dia, com a Rede de Transmissão via Satélite e de Redundância de Energias do SIRESP, “qualquer pessoa em Portugal percebe que rede está muito melhor, está mais robusta”.

“Eu diria que ainda continua a haver uma pequena margem de infoexcluídos do SIRESP que gostam de falar sem conhecer e que dizem umas coisas que não são verdade, mas que são populistas e que causam alarme nas pessoas””, apontou, dando-os como uma exceção.